Organon e GeFam lançam carta alertando para gravidez entre meninas e adolescentes no Brasil

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February 2, 2025 6:34 pm EDT

Estudo revela que cerca de 300 mil jovens de 10 a 19 anos se tornaram mães em 2023, com prevalência maior entre negras e pardas na Região Norte

Meninas, de 10 a 19 anos, negras, pardas, pobres, com pouca escolaridade e habitantes da Região Norte. Esse é perfil das jovens mães brasileiras e o público-alvo a ser conscientizado para reduzir as taxas de gravidez precoce no Brasil. Um estudo encomendado pela farmacêutica global Organon à Sociedade de Economia da Família e do Gênero (GeFam) revela que, em 2023, o país registrou cerca de 300 mil partos naquela faixa etária, com 19,4% dos casos no Norte.

Os dados constam na Carta Gravidez na Adolescência, divulgada durante a Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, de 1º a 8 de fevereiro. O levantamento mostra que 4,5% eram crianças de 10 a 14 anos — o que, pela Lei, é caracterizado como estupro de vulnerável. Roraima é o estado com maior prevalência de mães com idades entre 10 e 19 anos, com 10% dos partos.

A Carta Gravidez na Adolescência se baseia em dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos, do Ministério da Saúde, de 2005 a 2023. Há 20 anos, a marca de jovens mães superou a casa de 600 mil. Desde então, esse índice vem caindo, mas o fenômeno ainda afeta especialmente meninas e jovens negras e pardas de baixa escolaridade, com 64% das incidências, contra 34,5% na população branca.

Além da vulnerabilidade socioeconômica, a gravidez precoce traz riscos de saúde para elas e seus bebês. “A gravidez precoce está associada a consequências adversas para as adolescentes e seus filhos, incluindo maiores riscos de complicações na gestação, como hipertensão e diabetes, além de maior probabilidade de prematuridade e mortalidade materna e fetal”, explica a diretora de saúde feminina, Andrea Ciolette Baes.

A gravidez entre meninas e adolescentes interfere ainda na trajetória educacional e profissional delas. Pesquisas apontam que a redução nos índices de gravidez precoce pode aumentar em 9,2% a taxa de conclusão do ensino médio e em 5,4% a sua participação no mercado de trabalho.

“A gravidez precoce possui efeitos negativos de longo prazo para essas jovens mães. Elas têm maior probabilidade de abandono escolar e de menor participação no mercado de trabalho, perpetuando ciclos de pobreza e desigualdade”, analisa a presidente do GeFam no Brasil, Lorena Hakak, doutora em economia e professora da Fundação Getúlio Vargas.

Para chamar a atenção para o problema, a Organon está promovendo uma campanha educativa que exibiu uma mamadeira e uma chupeta gigantes em plena Avenida Paulista, em São Paulo, na última sexta-feira. Com o slogan “Uma decisão desse tamanho”, a ação faz alusão à importância das consequências de uma gravidez na adolescência.

Causas e soluções

A gravidez precoce está associada a fatores como falta de acesso à educação — inclusive sexual —, limitações no acesso a contraceptivos e condições socioeconômicas adversas. A Carta Gravidez na Adolescência demonstra que a solução passa pelos bancos escolares. A expansão do número de colégios de ensino médio entre 1997 e 2009 ajudou a evitar que pelo menos uma adolescente se tornasse mãe a cada grupo de 50 estudantes matriculadas. No Ceará a adoção do programa de ensino em tempo integral reduziu a taxa de gravidez precoce em 0,9 ponto percentual.

O estudo recomenda que, para superar esse desafio, a solução passa por políticas de educação pública e manutenção das jovens na escola, ampliação do acesso a serviços de saúde e contraceptivos, com informações sobre planejamento familiar e saúde reprodutiva; programas de transferência de renda que estimulem a permanência escolar; e suporte psicológico e social para essas jovens mães.

Link para o estudo: https://pt.gefam.com.br/gefam-currentletter

Sobre a Organon

A Organon é uma empresa global de saúde independente com o propósito de ajudar a melhorar a saúde das mulheres em todas as fases da vida. Com um portfólio diversificado, a companhia atua em diversas áreas terapêuticas, oferecendo mais de 60 medicamentos e produtos voltados para a saúde feminina, biossimilares e medicamentos estabelecidos no mercado. Além de seu portfólio atual, a Organon investe em soluções e pesquisas inovadoras para impulsionar novas oportunidades de crescimento em saúde feminina e biossimilares.

A empresa também busca colaborar com parceiros biofarmacêuticos e inovadores interessados em comercializar seus produtos, aproveitando sua escala e presença ágil em mercados internacionais de rápido crescimento.

Com sede em Nova Jersey, nos Estados Unidos, e presença em 140 países, a Organon possui um alcance geográfico significativo e conta com cerca de 10.000 colaboradores ao redor do mundo. Para mais informações, visite organon.com/brazil e conecte-se conosco nas redes sociais: linkedin.com/company/organon-brasil/ e instagram.com/aquipelasaudedela